Um Amor violento!

Não há como ser violento de coração sem antes ter passado por uma violência de amor! O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que é o amor com que Deus nos ama que nos leva a sermos violentos. Não há um santo sequer no céu que não tenha vivido uma grande experiência de amor com Deus. Este encontro pessoal com Cristo nos faz novos, nos leva a uma profunda conversão! Mas que fique claro que precisamos corresponder a este amor para que esta conversão aconteça, precisamos perseverar, como diz Santa Teresa D’Ávila precisamos ter uma “determinada determinação”.

Santo Agostinho em seu livro Confissões fala bastante de como suas memórias o influenciam. As lembranças são uma forma de nos ajudar a não perdemos o foco, a não perdemos a direção! Não são raras as vezes que simplesmente esquecemos de tudo que Deus fez por cada um de nós por situações bobas… Por exemplo: depois que vamos em um retiro e escutamos a Verdade, nos encantamos por Jesus, tudo é lindo e maravilho até que alguém do grupo que participamos briga conosco, pronto! Colocamos em xeque a veracidade do que Deus fez em nós por causa de uma briga tola, seja qual for o motivo dela… Outra situação é um professor que nos cativa em sala de aula, então ele levanta um questionamento bobo  para que nossa fé trema, as vezes nem precisa ser um professor, apenas uma pessoa que passamos a admirar, seja porque ela transmita de certa forma uma “inteligência conquistadora”, seja porque estamos gostando dessa pessoa, seja qual for o motivo, as palavras dessas pessoas parecem que ganham peso nas nossas escolhas e reflexões, nos vemos então novamente questionando nossa Igreja. Não que questionamentos não sejam bem vindos para o crescimento nosso na fé, mas a maneira como o encaramos é crucial… Você por acaso tem se deixado levar por qualquer sopro de ideologia, sem ao menos relembrar da experiência de amor que teve com Cristo?

Saibam meus irmãos que por mais que deixemos de seguir a Cristo, uma certeza carregaremos em nosso coração: nada do que iremos viver, lugares que visitarmos, pessoas com quem nos relacionarmos ou coisas que ingerirmos ou adquirirmos (bebidas, drogas, comida, roupas, carros etc), nada vai conseguir superar a experiência que tivemos com Deus, pois nessa experiência o nosso vazio foi pela primeira vez preenchido por aquilo, ou melhor, por Aquele que era o único capaz de preenchê-lo, pela primeira vez em toda as nossas vidas fomos felizes e realizados! Santo Agostinho explica esse fenômeno em uma frase: “Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti.”.

Tenho apenas 5 anos de caminhada, sempre fui católico, nunca sai da Igreja, já até cheguei a flertar com o comunismo… Mas depois que tive meu encontro pessoal com Cristo tudo na minha vida mudou, desde de maio de 2010 posso dizer com todas as letras, que me tornei uma nova criatura em Cristo! Mas fazia um tempo em que eu não lembrava de onde eu saí, de onde Deus me retirou… por graça de nosso Senhor, há algumas semanas atrás, uma amiga minha me pediu para contar pra ela como que eu me “converti”, e ao relatar todas as etapas da minha conversão a ela fui percebendo o quanto Deus me amou e me ama de uma maneira tão forte, tão violenta que eu não posso agir de outra forma se não como uma testemunha autentica de Cristo!

Meu irmão, minha irmã, não sei se você anda afastado da Igreja, se esta cheio de dúvidas sobre se este é o caminho correto a se seguir ou se até mesmo está mormo, desanimado na fé, mas eu te peço que aceite o convite que vou te fazer agora: Lembre do dia em que você teve a sua experiência com Cristo, das pessoas que conheceu, dos novos lugares que fostes, da maneira como você passou a encarar o mundo, das vezes que você se sentiu pleno e realizado… Será que vale a pena viver sem isso? Será mesmo que o que você viveu era falso? Deus em sua infinita misericórdia quer te amar mais e mais! Se dê a chance de viver mais uma vez essa experiência com Cristo através dessa música, deixe seu coração repousar mais uma vez em Deus e não tenha medo de renunciar, largar com todas as forças o mundo, certas “amizades”, conversas e pessoas que mais te afastam da verdadeira felicidade do que qualquer outra coisa! Deixe o Espírito Santo te dizer o que você tem que fazer! Sinta o amor de Deus te alcançar mais uma vez! Amém.

Violência de Coração?

“Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam.” (Mateus 11,12)

Quando nós pensamos em Jesus como o Príncipe da Paz e o vemos falando de violência para conquistar o Reino dos Céus, pode ser que fiquemos assustados: “Caraca! Como assim dos violentos? Jesus não deveria falar dos que promovem a paz?”. Pois bem, Jesus vem falar de João Batista e tecer elogios a sua oferta de vida, mas fala dele como um violento.

João Batista era, segundo a profecia, aquele que veio com a missão de “Preparar o caminho do Senhor” (Isaías 40,3). O modo de viver dele era simples: comia mel e gafanhotos, viva isolado no deserto e pregava o batismo para a remissão dos pecados. Pode parecer estranho, pois João parece ser um cara meio exótico, meio alternativo, mas nada que lembre alguma espécie de violência.

Mas então que violência é essa que Jesus quer destacar? É a Violência de Coração. Mas o que isso quer dizer? Significa que João era alguém que praticava a violência não contra os outros, mas contra si mesmo (!). E é disso que iremos tratar aqui neste blog, desta violência própria dos santos, violência esta que significa eu romper com meu próprio pecado, vencer meus próprios desafios, lutar contra a minha carne.

A carne não quer dizer o corpo neste caso, e sim aquilo que é instinto de preservação e sobrevivência. “Eu quero estar com Deus e experimentar Deus desde que isto não me custe ofertar nem sacrificar nada ou, ainda, que Deus faça o que eu quero que Ele faça, porque eu sou lindo e cheiroso. Amém.”

Não é bem por aí. Todos sofremos estas tentações tenebrosas e só existe um jeito de dar um passo concreto, vencer essas inclinações para baixo e conquistar o Reino dos Céus: Violentar-se.

Violentar-se significa perdoar o outro quando ele erra comigo, ainda que minha vontade seja de me vingar. Violentar-se significa amar o irmão quando ele peca e aguardar o momento oportuno de o exortar e chamar de volta para o caminho da vida. Violentar-se significa resistir a ser o dono da verdade, mas reconhecer que ela é uma pessoa e nunca poderá ser compreendida por completo na vida terrena. Violentar-se significa me submeter às coordenações, às autoridades. Violentar-se significa evangelizar onde Deus quer e não onde eu quero. Violentar-se para você, leitor, significa o quê? É disto que falaremos aqui… Tem coragem? Vai encarar?